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quinta-feira, dezembro 8

A Árvore De Natal...


O Baobá e o Poeta

Uma árvore que floresce durante o verão do hemisfério sul e as flores duram breves e leves 24 horas. Breve, aqui, é um tempo relativo como todos os outros tempos. Comparando-o com a trajetória do poeta, o baobá é mais que uma espécie rara e carregada de pecularidades. Possui vida longa, milenar, porém florida com cores em crescente e rápida harmonia: desabrocha de um botão verde, surgindo branca, depois creme, marrom e, por fim, violeta aveludado. Assim é a flor do baobá. Assim é feita, em tons diversos e coerentes, a vida do homem-árvore.

O baobá, de origem africana, não é comum no Brasil. Em Natal, a imponente e gigantesca árvore está situada num terreno da Rua São José, no bairro de Lagoa Seca, e encantou o poeta desde quando a viu pela primeira vez, ainda menino. A árvore tem altura de 18 metros e mede 17 metros e meio de circunferência. Atinge uma longevidade de três a seis mil anos. Durante trinta anos Diógenes desejou o baobá e, quando o terreno de 700 metros quadrados foi posto à venda, ele o comprou.

Árvore considerada sagrada, onde líderes e guerreiros de certas tribos africanas eram enterrados com seus amuletos para que suas almas se misturem à alma da árvore, tem o nome científico de Adansônia digitata. Diz a lenda que os corpos enterrados dentro do baobá se mumificam. São considerados verdadeiros hotéis da selva, pelo número considerável de insetos, pássaros e macacos que deles se servem como pouso.

No Brasil são conhecidas apenas vinte, sendo três deles no Rio Grande do Norte: em Natal, Nísia Floresta e Macaíba. Luís da Câmara Cascudo defendia a tese de que essas árvores vieram da África trazidas pelos escravos. Outra versão diz que os baobás chegaram ao Nordeste por iniciativa de Maurício de Nassau, que criou no Recife um jardim botânico no século XVII. Para Diógenes, não foi à toa que o baobá transformou-se num dos personagens do livro de Saint-Exupéry, pois o piloto-escritor conheceu a árvore da Rua São José nos anos 30 do século passado, em companhia do pioneiro da aviação comercial na travessia do Oceano Atlântico, Jean Mermoz.

Do site do escritor Diógenes da Cunha Lima

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