Subscreva:

Pages

terça-feira, maio 15

Eu Sou O Último Judeu



Muito já foi escrito e filmado sobre a 2ª Guerra Mundial e o Holocausto. Mesmo assim, vez por outra, aparece algo novo. No caso, refiro-me ao livro "Eu Sou o Último Judeu: Treblinka, 1942-1943", publicado pela Zahar. Se algum escritor de ficção ou algum roteirista de cinema tentasse imaginar, descrever, criar Treblinka, creio que não conseguiria. A realidade que foi Treblinka é esmagadora, inimaginável para os padrões mínimos de civilização e, em vários momentos, pensei em parar a leitura; mas, vale a pena ir em frente e terminar o livro.

O primeiro ponto a esclarecer é a diferença entre campo de concentração e campo de extermínio.

Concentração: sistema de encarceramento dos vários "inimigos" do Estado nazista, tais como judeus, comunistas, homossexuais, ciganos etc. Estas pessoas eram obrigadas a trabalhos forçados em prol de várias empresas alemãs, e milhares morreram nesses campos. 

Extermínio: o objetivo único era matar, exterminar, principalmente os judeus.


A história narrada por Chil Rajchman passa-se na Polônia ocupada pelo exército nazista. O campo de Treblinka foi implantado em junho de 1942, a aproximadamente 100 Km a nordeste de Varsóvia, a capital. Rajchman chegou a Treblinka em outubro de 1942; sobreviveu, de forma inesperada, por 10 meses, até fugir em 2 de agosto de 1943, após a insurreição da qual foi um dos líderes. Passou dois meses fugindo dos nazistas, de esconderijo em esconderijo, até chegar a Varsóvia onde ficou escondido num bunker, durante mais três meses e meio até a libertação, em 17 de janeiro de 1945, pelo Exército Vermelho.

Uma diferença fundamental do relato de Chil Rajchman para outros existentes sobre o Holocausto, é que ele foi escrito ainda em plena guerra, quando o autor ainda corria risco de morte, escondido em Varsóvia. Foi escrito em íidiche num pequeno caderno que ficou inédito até a publicação em livro, na França, em 2009. Chil Meyer Rajchman faleceu em 2004, aos 90 anos de idade, em Montevidéu, Uruguai, para onde tinha emigrado após a libertação.

Nota:

O texto acima é de Jaime Mendes, que indicou esse livro aos seus leitores, no Blog Livros, Livrarias e Livreiros. Decidi manter o seu texto, pois foi através dele que encontrei esse livro.

0 comentários: